sábado, 8 de janeiro de 2011

MESTRE NORIO HARITANI

O professor Norio Haritani chegou ao Brasil em 1967, desembarcando no porto de Santos, SP. Assim como muitos outros japoneses, Norio veio ao Brasil pelas promessas de terras férteis e vastas, e oportunidades de progresso. De Santos, Norio foi para Piracicaba, onde viveu por um ano, ministrando aulas de karatê. Sua próxima parada foi Londrina, onde trabalhou por 3 anos no plantio de uva Itália, junto com outros jovens japoneses, trazidos para o Norte do Paraná através de um intercâmbio com a Cooperativa Cotia.

Durante este período, o sobrinho de seu patrão, Heikiti Hirooka, ficou sabendo dos conhecimentos do jovem Haritani na arte do karatê, e o levou para a Faculdade de Agronomia Luiz de Queirós, onde Norio ministrou aulas da arte marcial durante o ano de 1970. Ao retornar à Londrina, Norio teve a chance de substituir seu amigo, Naoyuki Hirakawa, no comando de sua academia de karatê que, graças ao trabalho do professor Norio Haritani, se tornou oficialmente a Associação Londrinense de Nihon Karate Kyokai em 10 de fevereiro de 1971.

Sua carreira no karatê começou em 1960, aos 14 anos, na cidade de Kyoto, no Japão. Aos 20 anos, idade com que veio para o Brasil, Norio já era faixa preta 3° Dan e chegou ao 4° Dan da modalidade. Em 1982, formou-se em Educação Física pela FEFI. Viúvo, pai de 2 filhos - Magno Takeshi Haritani, faixa preta 1° Dan, e Alex Ossamu Haritani. Além de milhares de alunos (Oito mil somente entre aqueles registrados na Associacao Londrinennse de Karate e outras escolas onde lecionou.

Aos 59 anos tornou-se monge budista e passou a viver no Templo Budista de Brasília-DF. Em dezembro de 2009, o professor Norio faleceu aos 64 anos de idade. Em homenagem ao mestre, que era também Cidadão Honorário de Londrina, foi decretado luto oficial de 3 dias no Município.

Mestre Norio sempre foi descrito por seus discípulos como um homem humilde, batalhador, desapegado à coisas materiais e de espírito elevado.

Um comentário:

  1. Conheci o Monge Norio Haritani em 2007 quando ele lecionava japonês no Templo Shin Budista de Brasília. Minha filha foi aprender japonês e eu passei a frequentar os ofícios e meditação cantada que ele ministrava. Toda semana recebia grandes ensinamentos desse grande sensei, mestre, guru, professor, lama. Dependendo da língua a palavra muda, mas o sentido é o mesmo. Ele me mostrou o Budismo com suas palavras e com sua prática. Sempre doce, sempre disponível, sempre pronto a atender a quem o chamasse. Generoso, comprometido, amoroso, bem humorado, compassivo, compreensivo, humilde e , por todos esses motivos, grandioso. Não era perfeito e assim nos mostrava que não precisávamos querer a perfeição, nem exigir a perfeição, apenas sermos corretos e não fazermos mal a nenhum ser vivo, não guardarmos mal nos nossos corações, nem rancor. Só posso resumir minha gratidão por tê-lo conhecido e tê-lo como mestre registrando aqui o meu amor por ele: AMOR eterno para o Mestre. Gashô!

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